A Diaconia Ecoa Pelos Tempos
- Irmandade Betânia
- 6 de out.
- 5 min de leitura
Quem visitou o espaço surpresa? Vocês leram a frase: "A diaconia ecoa pelos tempos"
Em outro lugar eu li a frase: "A IEB, sua influência em nosso presente e futuro"
Eu gostei destes títulos os quais me inspiraram para falar hoje sobre a DIACONIA.
Sou um dos membros fundadores da então Irmandade das Irmãs Diaconisas Betânia - hoje “Irmandade Evangélica Betânia” – IEB; que foi constituída em 1980. Logo, em 5 de novembro de 2025, podemos festejar: 45 anos IEB Antes da constituição da 9ª Casa matriz do DGD, existia o “Lar das Irmãs Betânia” no Bairro Batel e as diaconisas eram membros da AICD. Dos 31 membros fundadores (29 diaconisas e dois homens: pastor W. Kelm, presidente e W. Hery, vice-presidente), 8 membros estão vivos ainda: Ir. Gertrud Brendel, Ir. Renate Schulz; Hulda Scholl 1965; ir. Catarina Cordeiro 1967; ir. Marly Gruhn 1976; Hanni Schein 1976; ir. Gabriele Kumm 1978)
Participei na elaboração dos Estatutos e do Regimento Interno
No Capítulo V fala de cinco Conceitos Básicos
5. Missão: “Servir ao homem integral movido pelo amor de Deus”
Leio 2 versículos bíblicos: 2 Co 5:14: “o amor de Cristo nos constrange”
No Aurélio parecem só aspectos negativos: forçar, coagir, limitar a liberdade, incomodar, apertar, até: violentar.
Nós entendemos positivo: capacitar e escolhemos: movido
2 Co 5:15 é o lema que escolhemos como namorados, está gravado nas nossas alianças como lema para a nossa futura vida como família: “Jesus morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”
Aurélio define diaconia como “serviço prestado ao próximo”
Aquí cabe todo trabalho social, filantrópico, humanismo. Tudo é louvável, merece todo respeito.
Há porem uma grande de diferença entre diaconia e serviço prestado ao próximo.
O que falta na definição do Aurélio? Qual é o motivo de ter a segunda parte na definição da IEB?
A diferença é: Filéo ou Agape. O humanismo é movido pelo amor filéo (amor humano ao próximo) e a diaconia é movida pela Agape (amor divino, de Deus).
O trabalho social visa a carência das pessoas (as crianças nas nossas escolas) e as vê como “objetos”
e vai servindo às suas necessidades corporais e emocionais, como saúde e educação, por compaixão. A diaconia vê a pessoa toda com corpo, espírito e alma com objetivo de servir ao Senhor Jesus, movido com amor de Deus.
Jesus é O Diácono por excelência! Como ele agiu?
Mt 9.2: E eis que trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: “Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados.”
Jesus viu a pessoa toda, com corpo, alma e espírito.
“Ser salvo e mais importante do que ser sã” (com saúde, ser curado)
Uma outra diferença entre serviço prestado ao próximo” e diaconia podemos testemunhar: (Certamente alguns de vocês já passaram por situações semelhantes ou estão sofrendo atualmente)
Ilsedore e eu começamos em 1967 prestar serviço aos índios no RdC. Que não recebemos remuneração justa, não foi um problema, enfim renunciamos um bom emprego na Alemanha para sermos missionários.
Estávamos de plantão dia e noite. Nós nos sacrificamos, tratando e cuidando dos muitos doentes. Além de não recebermos deles pelo menos um agradecimento, fomos insultados, caluniados, enganados, roubados, considerados tolos, ludibriados, roubado, denunciados ao chefe, agredidos, e até ameaçados de morte.
O resultado era, que nós ficamos frustrados e aos poucos desanimados, perdendo aos poucos o nosso amor (fileo) por eles. Chegamos ao ponto de sentir que o nosso amor, a paciência, a disposição de atender estava se acabando. No entanto, o que consumiu nosso amor (filéo) pelos Kaingang nos primeiros anos não foi apenas a ingratidão, foram também as exigências ultrajantes e a exploração. Um missionário que havia passado exatamente por essas experiências disse, desapontado: “Eles estão apenas se aproveitando de você”. Ele não ficou com essas pessoas por muito tempo. Quando eu me lembrei das suas palavras honestas, as quais eu sentia também, uma luz vermelha se acendeu em minha cabeça. Percebi o perigo que eu mesmo estava correndo.
O que fazer? Abandonar?
Nós oramos, falando tudo para Jesus, pedindo ajuda.
A resposta que recebemos, encontramos em Romanos 5,5: o amor de Deus está derramado em nossos corações. Uma outra tradução diz:
O nosso coração está preenchido, engarrafado de ágape = o amor de Deus.
Li a respeito do amor ágape: “O amor ágape é quase sempre um amor “apesar de”. Ele ama a despeito da crueldade, a despeito da invasão, a despeito da ignorância dos outros. O amor de Deus está derramado em nosso coração, significa que ele está disponível para nós como uma conta bancária celestial, criada especialmente para nós. Podemos retirar ágape de lá e usar como moeda para pagar as pessoas difíceis na vida cotidiana."
Vocês notam a diferença? O trabalho social é movido por idealismo, humanismo – por simplesmente por ter um emprego. Ele é limitado à força, capacidade emocional humana – ele depende de nós.
A diaconia, em contrário, é movida, alimentada, capacitada, fortalecida, renovada – pelo amor de Deus (a força vem de fora de nós)
Quanto ao título: A diaconia ecoa pelos tempos quero dizer que a diaconia não é hereditária. Ninguém pode passar o espírito da Diaconia para outra pessoa.
Cada um que entregou a sua vida a Cristo Jesus tem o amor de Deus derramado em seu coração e pode fazer uso desta força sobrenatural.
As diaconisas - as fundadoras da IEB – trabalharam (e ainda trabalham) movidas pelo amor de Deus. E não só as diaconisas. Além delas, muitos membros (associados) da IEB, e também amigos e benfeitores trabalham hoje, movidos pelo amor de Deus. Graças a Deus!
Infelizmente não conhece a maioria dos atuais membros da IEB, mas quero animar, motivar e encorajar a todos, a não só “prestar serviço ao próximo”, mas praticar o 5° Conceito Básico da IEB, e “Servir ao homem integral, movido pelo amor de Deus”
Talvez um/uma ou outro/outra de vocês chegaram no seu trabalho ao limite de suas forças/capacidades emocionais ou paciência. Talvez alguns desistiram e saíram por não vencerem as dificuldades e os desafios. Entre os funcionários a rotatividade é preocupante. Mas aqui estou falando para associados, para pessoas que conhecem e aceitaram o Estatuto e o Regimento Interno da IEB.
E creio que todos vocês conhecem os dois versículos que citei:
“O amor de Cristo nos constrange” (2 Co 5:14)
“O amor de Deus está derramado em nossos corações.” (Romanos 5:5)
Não precisamos pedir. O amor de Deus já está disponível. Lembrem-se disso e conscientizem-se desta verdade! Façam uso do seu privilégio de praticar a diaconia aos alunos e aos seus familiares – não os tratando como “objeto”, mas servindo ao Senhor Jesus, o qual nos capacita. Esse deve ser o nosso objetivo.
As vezes a conexão está interrompida ou o cano está entupido e o combustível não passa. Então é preciso limpar.
A diaconia exercida pela IEB só vai continuar ecoando pelos tempos, e a sua influência em nosso futuro só será duradoura, se os membros da IEB, nós todos, continuaremos trabalhando movidos pelo amor de Deus! Pois o amor de Cristo nos quer constranger.
Que Deus vos abençoe! Amém.

Texto escrito por Walter Hery - Associado da Irmandade Betânia
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