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Irmandade celebra apoio de voluntariado no desenvolvimento de projetos


Voluntários da Irmandade Betânia

“Temos uma filha que estuda no Centro de Educação e Inclusão Social Betânia e lá tem aprendido muito sobre valores, educação cristã, amor ao próximo e o respeito. Quando eu era criança, não tive a mesma oportunidade de poder estudar em uma instituição de qualidade e fico feliz em ver minha filha tendo essa oportunidade. Foi assim que eu e minha esposa decidimos fazer parte dessa missão. Há dois anos eu e ela passamos a fazer parte do grupo de voluntários da Irmandade, eu comecei a dar aulas de futsal para as crianças e ela se juntou ao grupo de artesanato que ajudava as crianças a aprenderem a reciclar e transformar materiais usados em peças de decoração e assim, poder gerar uma renda para seus lares”


Esse é o depoimento de do casal Evaldo Kauê Soares e Cristiane de Melo, que atuam como voluntários no Projeto Ação Betânia Irmandade Betânia e juntos fazem parte de um movimento que está crescendo aos poucos no Brasil, o do voluntariado.


O casal Kauê e Cristiane de Melo, ambos voluntários

De acordo com um recente estudo do Instituto Datafolha, o Brasil possui atualmente 14 milhões de pessoas que atuam como voluntárias. Esse número, é considerado muito baixo para um país que possui 205 milhões de habitantes. No entanto, apesar dos baixos índices, existem instituições que estão trabalhando para reverter essa situação e trazer uma cultura de voluntariado aos brasileiros.


Essa pesquisa tem por objetivo mostrar não apenas o número de voluntários no Brasil, mas também conscientizar a respeito da necessidade nesse setor, devido a falta de engajamento da população. O ativista e um dos presidentes do grupo Novo Jeito (Organização que realiza trabalhos sociais no interior do sertão nordestino) de Recife, Fábio Silva, comenta que um dos grandes desafios dos brasileiros é se criar uma cultura de voluntariado nas gerações de jovens. “Quando fui aos Estados Unidos percebi que lá, ser voluntariado é muito bem visto. Na hora de entrar em uma universidade ou em uma entrevista de emprego eles olham se o candidato tem algum tipo de engajamento cívico, essa cultura ajuda a criar um senso de responsabilidade no cidadão”conta em suas palestras.


Desafios de se ter voluntários nas instituições brasileiras


A Irmandade Evangélica Betânia (IEB) tem trabalhado, justamente, para criar essa cultura de voluntariado nas pessoas. Priscila Gulin, responsável pelo recrutamento de novos voluntários na IEB comenta que o desafio é selecionar pessoas que realmente queiram fazer parte da missão da instituição. “Infelizmente, recebemos muitas pessoas que querem fazer voluntariado para ganhar horas complementares na faculdade ou para conseguir um emprego na instituição. Ou seja, trabalham por interesse”, conta.


Priscila porém, afirma que apesar desta primeira dificuldade na contratação de voluntários, ela percebe uma mudança no padrão de pessoas que vão até a Irmandade em busca de oferecer seus serviços. “Tenho visto ao longo dos anos que tem aumentado o número de pessoas que buscam trabalhar na Irmandade por se identificarem com a nossa missão”, conta. Segundo ela, há atualmente centenas de voluntários que já foram ex-alunos de uma das duas unidades educacionais, ou tem parentes, irmãos e amigos que trabalham, estudam ou são assistidos por ela.


Criando vínculos dos jovens com a Irmandade Betânia


Eduardo Modenutte, é um desses jovens que já foi aluno do Centro de Educação e Inclusão Social Betânia (CEISB) e hoje, atua como voluntário na IEB por amor e conexão à instituição. “Eu sou morador da Vila Zumbi, em Colombo. Quando criança, fui aluno do CEISB e lá eu aprendi muita coisa que levei para minha vida. Hoje, eu estudo Administração e faço trabalho voluntário na Irmandade, pois é uma forma que encontrei de retribuir tudo o que fizeram por mim quando era criança”, conta Eduardo. Assim como ele, há outros jovens que criaram uma conexão com a Irmandade Betânia, mesmo não sendo atendidos diretamente pela instituição. É o caso de Lara Alfieri, estudante que tem uma irmã que estuda na Escola Aldeia Betânia e desde que passou a conhecer os trabalhos da instituição se apaixonou pela missão e decidiu fazer parte dela voluntariamente. “ Eu vi o amor com que as professoras realizavam os trabalhos e também a atenção que todos realizavam em outras áreas sociais e isso me motivou a também fazer parte. Me sinto muito bem fazendo parte disso”, conta.


Todos os sábados acontece no CEISB o Ação Betânia que consiste em oficinas para crianças e adolescentes moradores da Vila Zumbi dos Palmares, todas as atividades são lecionadas por voluntários do bairro e universitários. Leonardo Lobo, é engenheiro civil e conta que, junto com seu pai, lecionou por um semestre inteiro aulas de futebol e informática para os pequenos do CEISB. “Além de aulas de futebol, também tive a oportunidade de quebrar paradigmas próprios, conhecer e conversar com as crianças de uma outra realidade da minha”, conta Leonardo.


Leonardo conta que algo que o chamou a atenção era que mesmo sendo um estudante universitário, muitas crianças o viam como um modelo a ser seguido. “Eu me vi várias vezes sendo exemplo para as crianças, algumas eram mais agressivas, tímidas e tranquilas, mas todas elas nos viam com respeito e mostravam interesse em aprender com a gente, foi um período gratificante trabalhar lá’, conta.


“Um dos preconceitos que eu quebrei foi em relação à educação das crianças. O senso comum diz que quanto maior a renda, melhor a educação que a criança recebe e mais educada ela é. No entanto, vi que isso não é verdade, educação tem mais a ver com caráter e vi isso no CEISB, crianças que respeitavam os mais velhos, nos viam com admiração, nos escutavam e obedeciam. Para mim, foi um choque positivo, pois pude sair da minha zona de conforto e ser confrontado com outras realidades, além de poder ressignificar muitos dos meus pensamentos”, conta Leonardo.


Pessoas da sociedade civil assumem protagonismo no voluntariado

Rosicleia e crianças do artesanato

Rosicleia dos Santos, é aposentada e atualmente trabalha como voluntária no Ação Betânia dando aula de artesanato. Ela conta que o que começou com uma atividade sem compromisso tornou-se uma missão especial para ela. “É gratificante poder ensinar essas crianças a usar a criatividade delas e ver elas se desenvolvendo, tenho uma aluna que faz várias peças artesanais lindas e inclusive ela pode vender isso”, conta Rosicleia.


Na festa Família em Foco que aconteceu no CEISB, ela junto com uma de suas alunas vendeu e também divulgou seus trabalhos, o que impressionou vários pais e filhos que estava no local. “Um trabalho muito lindo de se ver, tudo feito com amor e pensando no planeta, já que tudo é reciclado”, conta Anne Steininger, que estava na festa e comentou do trabalho da amiga.


Kátia Truppel Palmeira também atua como voluntária no setor de mobilização de recurso da Irmandade Betânia. Ela conta que ajuda o marido com os negócios da família e sempre tira um tempo para também atuar ao lado da Irmandade. “Essa é minha primeira experiência como voluntária, eu procurava algum tipo de serviço que fosse próximo à minha casa e tinha horários flexíveis e aqui na Irmandade me encontrei”, conta. Ela, que apesar de não ter vínculos familiares com a IEB, se identificou com a causa e quis participar dessa missão.

Maristella Abdala, é outro exemplo de pessoa que foi tocada pela missão da instituição e se sentiu desafiada a fazer parte. Fonoaudióloga há 35 anos, ela atua voluntariamente no CEISB todas às sextas-feiras. Maristella conta que há seis anos sentiu um chamado da parte de Deus e um desafio pessoal de usar seus conhecimentos para ajudar não só as crianças do CEISB quanto as professoras da instituição e até mesmo os pais de alunos. “Lembre que a diaconisa Ester Persike pediu uma indicação de fonoaudiologa para atuar na creche e eu pensei comigo mesma ‘como posso indicar alguém sendo eu mesma capacitada para atuar nessa área’”, conta. Desde então ela tem atuado não apenas no CEISB, mas também na capacitação das educadoras das unidades educacionais da instituição e trabalhando a educação inclusiva de crianças portadoras do espectro autista.

Priscila conta que a Irmandade Betânia tem trabalhado arduamente para trazer justamente esse tipo de impacto as pessoas. “Queremos que aquele que se voluntaria para trabalhar conosco saiba que irá pôr a mão na massa e que todo tipo de serviço que ele realizar será de grande importância para a instituição como um todo, seja no setor de captação de recursos, Ação Betânia, Grupo Sênior, Pastoral, setor jurídico e orientação cristã”, conta.


Ela também enfatiza que o voluntariado atualmente mudou muito suas características, não basta apenas boa vontade, é interessante para a instituição quando a pessoa deseja contribuir com algum conhecimento específico. “Temos voluntários que atuam no CEISB como fonoaudiólogas, psicólogas e em outras áreas que nos ajudam a trabalhar no desenvolvimento da criança, e isso é muito importante para nós”. No entanto, ela não descarta a ajuda de pessoas que tenham o desejo de expandir seus conhecimentos e fazer parte da missão da Irmandade Betânia por meio do voluntariado.

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