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Amizade e fé: dois fortes aliados no tratamento da depressão


Esther Wiens e Marly Groun, amigas que atuam no Paraguai.


No início deste ano, a Irmandade Evangélica Betânia (IEB) recebeu a visita de duas mulheres que vieram para descansar e cuidar da saúde, em Curitiba. Marly Groun e Esther Wiens são amigas há anos e um relacionamento que começou em um momento difícil para ambas se tornou em uma amizade linda e sólida, que tem abençoado centenas de outras pessoas.


Esther e Marly são cristãs e viveram na pele o sentimento de estarem doentes com depressão. Após vencerem a doença, elas tornaram-se grandes amigas. Hoje, elas vivem no Paraguai e fazem parte de um importante grupo que constantemente apoia as ações da Irmandade: os menonitas alemães que vivem naquele país. Marly como diaconisa e Esther como parte da comunidade.


Uma amizade que surgiu em um momento delicado

Esther é alemã nascida no meio dos menonitas e uma das mulheres responsáveis por ajudar a Irmandade e seus projetos sociais entre sua comunidade. Quando a IEB promove alguma campanha, ou mesmo ação para arrecadar recursos é ela quem lidera o grupo, levanta o dinheiro e investimentos para os projetos. “Tenho um carinho pela Irmandade. Quando eles têm algum projeto ou campanha sou avisada e por meio de nossa parceria intermedio as ações. É um trabalho gratificante que eu amo poder colaborar”, conta Esther.


“Eu nasci nas colônias menonitas no Paraguai, apesar de eu ter vindo de uma família cristã, fui me converter de fato apenas aos meus 15 anos! Quando jovem fui estudar no Canadá e lá conheci meu marido, me casei e voltei para meu país de origem. No entanto, eu e ele éramos alcoólatras e caímos em um vício que nos consumia”, lembra Esther.


O alcoolismo afetou a vida da família de tal forma que eles perderam muito do vínculo de amizade que tinham. “Eu me encontrava lutando contra o vício e sem amigos para me ajudar. Foi nesse momento que caí em depressão. Sem apoio eu me vi sozinha e fui parar em um hospital em tratamento intensivo”, conta.


Para a psicóloga clínica Carin Luiz, que atua na área de depressão há pelo menos 10 anos, uma das maiores barreiras na luta contra a depressão é a pressão, principalmente de familiares e amigos, para que o paciente se recupere logo. “Muitas vezes, o paciente já se cobra uma recuperação rápida. Se a família ou amigos também cobram, mesmo que indiretamente, isso irá derrubá-lo emocionalmente”, conta.


Foi nesse momento de dificuldade que Esther conheceu a diaconisa Marly. “A primeira vez que a vi ela estava deitada na cama e sem esperança alguma. Eu sentei ao seu lado e conversei com ela. Expliquei que eu já havia passado pela mesma situação que a dela e sabia como era difícil lidar com a depressão sozinha, mas estava ali para ser sua amiga”, conta Marly.


De fato, Marly há alguns anos antes havia sofrido de depressão no Brasil e fez um longo tratamento com um psicólogo e amigo no Paraguai. Ao recuperar a saúde ela assumiu um novo trabalho nas terras paraguaias e foi assim que conheceu Esther. Para a psicóloga Carin, pessoas que lidaram com depressão e já superaram essa fase podem ser boas companheiras no tratamento de outros pacientes. “É claro que a pessoa pode estar propensa a recaídas, mas ela terá uma empatia muito maior pelo paciente do que a pessoa que estudou sobre o assunto, mas não sentiu na pele”, conta Carin.


“Eu sempre fui introspectiva e muito tímida. Ao chegar no campo missionário eu via minhas amigas se desenvolvendo com os nativos, criando vínculos de amizades intensos, sendo muito bem-recebidas e eu me sentindo cada dia mais só. Fui me fechando, me fechando, quando me dei conta eu estava deprimida, mesmo fazendo a obra de Deus. É claro que quando você é cristã existe uma cobrança de que você não pode estar deprimida e se você for missionária essa cobrança ainda é maior. Não só das pessoas, mas da gente mesmo! Não aceitamos a ideia de mesmo tendo Cristo em nosso coração sofremos de depressão e pensar assim é nosso maior erro”, compartilha Marly.


Servindo aos que sofrem de doença da alma

Contudo, após o tratamento no Paraguai, Marly se recuperou, decidiu ficar no país e atuar não só com as comunidades alemãs, mas também no meio dos paraguaios (a quem desenvolveu um grande amor) e com pessoas que sofriam dessa doença.


Marly que inicialmente buscou servir ao próximo em terras brasileiras viu que os planos de Deus para ela eram totalmente diferentes. Era servir ao mais vulnerável em outro país e com outro tipo de limitação e dificuldade. Ela tem feito isso há anos e assim como afirma a psicologia, ela desenvolveu uma empatia muito maior por aqueles que já viveram situações semelhantes a dela.


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