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7º Fórum do Terceiro Setor tem público recorde e traz novos debates às Organizações da Sociedade Civ


‘Impacto da exploração da atividade econômica nas imunidades tributárias’, ‘CEBAS e sua importância para as entidades’, ‘Visão externa da auditoria’ e ‘Contabilidade do 3º setor, atividade econômica e prestação de contas’. Estes foram os temas abordados nesta última edição do Fórum de Desenvolvimento do Terceiro Setor, que aconteceu na sede da Irmandade Evangélica Betânia (IEB), no dia 16 de maio, das 09h às 17h e contou com a participação de mais de 107 convidados, sendo representantes de 51 instituições e empresas. Muitos deles contadores, advogados, assistentes sociais e representantes de Organizações da Sociedade Civil.


O que chamou à atenção nesta edição foi o número recorde de participantes. Para Mauren Neufeld, coordenadora do Fórum, os temas deste ano foram polêmicos e exigiam uma urgência no debate. Segundo ela, há várias incertezas no cenário jurídico e as palestras foram fundamentais para o esclarecimento de dúvidas e questionamentos. Mauren acrescentou ainda que o desafio da sustentabilidade e a necessidade de diversificação de estratégias de captação de recursos também contribuiu para o número recorde de participantes.


Temas polêmicos, mas necessários no Terceiro Setor


Um dos palestrantes do Fórum, o advogado Leandro Marins de Souza, do escritório Marins de Souza Advogados, trouxe uma reflexão aos presentes sobre o papel da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) e sua importância nos trabalhos de grupos filantrópicos. “Quando a instituição consegue esse certificado ela ratifica seu trabalho transparente e seu compromisso com a sociedade, ganhando assim, uma série de benefícios e oportunidades que a ajudam como instituição”, afirma Leandro.


Waldecir dos Santos, é contador da Ação Social do Paraná e conta que para a instituição possuir o CEBAS e mantê-lo em dia é difícil e custoso. Para ele, manter-se na legalidade é um desafio. “Fico preocupado, pois são várias dificuldades impostas a nós e leva muito tempo para adquirirmos a certificação adequada”, conta. A crítica de Waldecir é a mesma de muitas outras instituições. O CEBAS atualmente é difícil, burocrático e, muitas vezes, não cumpre seu papel principal que era beneficiar as instituições. Leandro pontua porém, que ter o certificado proporciona à instituição transparência, credibilidade e claro, os benefícios. “Não ter o CEBAS pode ser tão custoso quanto ter de mantê-lo, você pode requerer um direito seu, mas por não ter o certificado terá que recorrer na Justiça e isso pode ser ainda mais cansativo”, afirma Dr. Leandro.


Já o advogado especialista em Direito Tributário, Dr. Juliano Lirani, ressalta a importância da instituição trabalhar e explorar seu potencial econômico. Atualmente poucas instituições fazem isso, em Curitiba uma das entidades que procedem desta forma e já que se tornou referência é a própria Irmandade Betânia que, para dar continuidade aos seus trabalhos voltados para a educação, criou duas unidades de hotelarias que geram recursos para a própria instituição. “Poucas instituições fazem isso porque ainda não entenderam que podem usar seu expertise para gerar sua própria renda. Devido a ignorância quanto à legislação e o receio de sair da zona de conforto há resistência de explorar esse potencial”, afirma Juliano.


A coordenadora de comunicação da Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (FEPE), Danielle Dalavechia, concorda que o maior desafio que sua instituição enfrenta atualmente é o conhecimento necessário para transformar o trabalho do grupo em fonte de renda. “A palestra sobre extração e exploração econômica para mim foi transformadora, abriu meus olhos para muitas coisas e me ajudou a planejar novos passos de ação na FEPE”, conta Danielle.

O contador, Fernando Mazur, trouxe seu conhecimento sobre contabilidade e seus desafios no ambiente corporativo e claro, filantrópico. Ele trouxe algumas exemplos práticos e interagiu com o público esclarecendo dúvidas e exemplificando fatos que muitos confirmaram que é um desafio no dia a dia.


Outro tema debatido durante as palestras foi o papel do auditor e sua importância dentro de uma instituição filantrópica. Confundido por vezes com o papel do contador, o auditor é responsável por avaliar todo o trabalho feito pela contabilidade e pontuar os equívocos e os acertos. É um trabalho que promove para a transparência e ajuda no fortalecimento de sua imagem. Sr. Nelson Machado, da Audiacto Auditores e Consultores, trouxe esse esclarecimento para os participantes e pontuou que o papel da auditoria é de grande importância para as instituições. “Nossa maior preocupação é que as entidades sejam o mais transparente possível”, pontua.


As palestras, como um todo, foram interativas e proporcionaram momentos de grande aprendizagem, houve muitos insights e oportunidade para networking. Havia representantes de várias regiões do Paraná e de outros Estados, como São Paulo.


Além disso confirmou a necessidade da continuidade do Projeto Fórum, o qual tem o objetivo de estimular a educação continuada, o que reflete diretamente na profissionalização do Terceiro Setor.


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